quinta-feira, 1 de julho de 2010

Crônica.

Estava cedo. Tão cedo que o sol se preparava para raiar e acalentar o dia. Da cama já podia sentir do cheiro do café sendo passado. Acordara mais um dia cedo e cedo demais para não se atrasar. Fazia tudo com calma e muito metodicamente. Levantou, separou a roupa, se encaminhou ao banheiro, se despiu e entrou no banho. Passados exatos 10 minutos o chuveiro foi desligado. Vestiu-se, caminhou até o quarto, arrumou a mochila e continuou a sua rotina na cozinha. Tomou o café, voltou e escovou os dentes. Agora sim estava preparada e adiantada, como gostava, para ir à aula. Esperou os rotineiros 10 minutos, que aproveitava para bater papo e finalmente entrou no transporte. Eram 20 minutos que contava ansiosamente para acabarem logo, pois não suportava perder tempo! "Não tenho tempo para nada", disse ela. Ficava oito longas horas estudando, para enfim chegar em casa cansada e fazer o lanche da tarde.
"Meu dia voa! Não tenho tempo!", alegava a menina.
Vê um seriado, relaxa um pouco, faz um dever e estuda, ou tenta estudar. Quase sempre é surpreendida com uma ligação ou uma conversa inadiável que toma seu tempo tão precioso.
Sabia o que queria da vida, mas sabia que acima de todos os desejos estava o de controlar o tempo. Cada minuto era importante, mais importante até mesmo do que viver. Pois na ânsia de ter tempo para tudo, não viveu nada. Via sempre o tempo passar pensando quantos minutos havia perdido.
E quando menos esperava, seu tempo acabou.

5 comentários:

  1. Nossa, me lembrou um dos textos do meu blog, um dos primeiros pra ser mais exato. Gostei muito, Ju ^^

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  2. Ah, que lindo, xuxu! Amei, mas é triste.. Mas amei do mesmo jeito (= haha, beijao amor, te amo.

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  3. o meu comenterio foi amigavel e foi um elogio. serio, eu adoro quando o começo nao promete nada e o final prova o contrario.

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